A máscara de porcelana cai e se desfaz em pedaços, revelando um amor que era só farsa.
Ela olha para o chão e vê naqueles múltiplos fragmentos, as múltiplas faces daquele que fora o homem da sua vida.
Havia olhares profundos de afeto, de partidas, de voltas, expressões e gestos apaixonados.
Havia uma boca úmida a sussurrar palavras doces que ao tocar a dela a embalava em sonhos. Havia um desejo imenso a transbordar pelos poros.
Havia, sobretudo, a esperança de um encontro de almas, único, selado nos olhares, nos beijos, nos corpos.
Agora, tudo o que acreditava ter vivido eram cacos no chão.
Olhou para ele sem a máscara encantada e não o reconheceu mais.
Não era aquele homem que estava à sua frente o objeto do seu amor incondicional.
Não havia mais a suavidade no olhar.
A boca ressecara.
O desejo acabou.
Se deu conta que amava alguém que não existia e pensou em como pôde ser tão tola.
Olhou para os cacos, olhou novamente para ele e chorou pela última vez.
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